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Inflação, bola de neve a jato!

É comum, notar, especialmente nos interiores, nas casas mais antigas, um aposento infrequente e não presente nas construções contemporâneas. Um cômodo chamado “despensa”, para quem não está familiarizado com o termo, se trata de um compartimento onde se guardavam comestíveis, naturalmente localizado próximo da cozinha, ali está, um mini armazém particular.

* Lucas Carini é Assessor Jurídico da Guedes Advocacia, graduado na Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF).
Lucas Carini é Assessor Jurídico da Guedes Advocacia, graduado na Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF).

Estariam se perguntando, o porquê do alarde, de ter prateleiras abarrotadas de comida? A resposta, vem da necessidade, frente a um mal alarmante, que infelizmente amedronta por mais uma vez o país, a inflação. Para aqueles, que não vivenciaram plenamente os períodos da hiperinflação no Brasil, retomemos alguns dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) onde se demostra que entre 1980 e 1989, a inflação média no país foi de 233,5% ao ano. Na década seguinte, entre os anos de 1990 e 1999, a variação anual subiu para 499,2%.

Os salários eram reajustados automaticamente, assim que divulgada a inflação do mês anterior, criando o chamado efeito “bola de neve”, em que a inflação de um mês era imediatamente repassada para o mês seguinte. Os comerciantes remarcavam os preços dos produtos diariamente, que sumiam dos supermercados, pois a população estocava em suas “despensas”, com receio das sucessivas altas.

Diante ao exposto, a esperança é de que não se vivencie tal condição de amargura, todavia, o temor e a desconfiança são plausíveis de se considerar ponderando que a inflação brasileira é a segunda maior entre os países listados pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) organismo que acompanha a alta do custo de vida em 34 países-membros, todos da zona do euro e do G-20. A Rússia é a primeira da lista com 15,8% anuais, enquanto o Brasil aparece com 9,5%. Sobre esses números, a própria OCDE, informa que os índices divulgados são oficiais, porém, são considerados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), como “não precisos”.

Em 1994, ocorreu uma restruturação da economia nacional, com o plano real, e a moeda que levou o seu nome. O Brasil conseguiu alcançar níveis suportáveis da inflação e o país iniciou um processo de amadurecimento econômico. Agora, além de uma nova crise na economia, vivenciamos uma intricada crise política, onde contas negadas no exterior aparecem, onde a irresponsabilidade administrativa, pedala por pedalada, tenta esconder as ilegalidades feitas, em ano de eleição com o dinheiro da população. Talvez, depois que as respostas sejam dadas, as penas aplicadas e devidamente cumpridas, de alma lavada e roupa seca, o Brasil e sua gente possam seguir em frente, todos dispensados de ter uma despensa em nossas casas.

               

 

 

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